Todo cuidado é pouco após uma lesão de LCA
Romper o LCA – ligamento cruzado anterior – é coisa séria e deve ser encarada como tal. Andar após o trauma não é recomendável, já que pode aumentar a dor e o inchaço, e piorar ainda mais o joelho atingido.
No período imediato à contusão, em casos em que a dor é leve a ponto de não impedir o caminhar, muitos pacientes adiam a visita ao médico. Entretanto, a estes, um alerta: tão logo quanto possível, consultem o médico para o diagnóstico e início do tratamento de reabilitação, sob pena de danos maiores.

A lesão do LCA acontece quando o tecido que liga o fêmur à tíbia, localizado na altura do joelho e responsável por sua estabilidade, rompe-se, total ou parcialmente. Grande parte dessas lesões ocorre durante a prática de esportes de impacto como futebol, basquete e tênis. Os sintomas são imediatos: dor local, inchaço e instabilidade, ao tentar caminhar.

Reconhecendo a lesão
Os sinais imediatos de um caso de rompimento de LCA são:
- som de “estalo” no momento da contusão
- dor que impossibilita a continuidade da atividade

- inchaço imediato e/ou nas horas seguintes
- sensação de instabilidade ao caminhar
- a pele da região adquire cor arroxeada
- perda de amplitude de movimento
Cuidados imediatos pós-ruptura
Após a lesão, o tratamento pode ser iniciado antes da ida ao médico, para o controle da dor e do inchaço:
- Faça aplicação de gelo no local
- Deite e eleve a perna acima do nível do corpo
- Se necessário, tome analgésicos
Observados esses cuidados iniciais, o passo seguinte é procurar o especialista que, após diagnóstico baseado no grau e intensidade da lesão, vai elaborar um plano de tratamento levando em conta a idade, histórico médico e condição física atual do paciente.
De acordo com a American Academy of Orthopedic Surgeons (AAOS), rupturas de LCA apresentam três graus distintos de severidade
- Grau 1: lesão leve, rompimento quase microscópico do ligamento. Necessita apenas de sessões de fisioterapia e exercícios de fortalecimento dos músculos, para que a amplitude de movimentos seja restabelecida.
- Grau 2: lesão mediana, com rompimento parcial do LCA.
- Grau 3: contusão severa – ruptura total do ligamento. A maioria das lesões de LCA pertencem a esse grau. Cirurgia e fisioterapia são os caminhos para o restaurar a força do joelho e para readquirir estabilidade e amplitude de movimentos.
Voltar a andar: quanto tempo leva?
Em lesões do grau 1, o médico poderá indicar ou não o uso de órteses, bengala e/ou muletas, por um período, para ajudar o paciente a locomover-se.

Já o tempo que levará para que possa voltar a caminhar sem auxílios externos, dependerá da resposta ao tratamento de reabilitação. Se o caso for cirúrgico, não há uma previsão exata, uma vez que a fisioterapia poderá, ou não, começar uma semana logo após o procedimento, dependendo de cada paciente.

No caso de atletas de esportes que envolvem saltos e impacto no solo, o prazo mínimo estimado de retorno à prática é de seis a oito meses após a cirurgia. Entretanto, estatísticas apontam que, nesse mesmo grupo (atletas), 1/3 corre o risco de nova ruptura de LCA no espaço de dois anos – portanto, é muito melhor concentra-se em uma recuperação mais longa e plena, do que correr riscos de novas lesões.
Entendendo a ruptura de LCA
A ruptura do ligamento cruzado anterior dificilmente ocorre fora do âmbito de práticas esportivas (salvo, por exemplo, acidentes automobilísticos e outros) que possam resultar em situações de stress sobre os joelhos.
Lesões de LCA são relativamente mais comuns entre atletas de alta performance, mas podem também atingir esportistas do dia a dia, igualmente envolvidos em esportes onde saltos e movimentos bruscos são práticas comuns.
Entre os movimentos característicos que podem precipitar uma lesão de LCA estão:
- Mudanças rápidas de direção : nos jogos como futebol e basquete,os jogadores precisam mudar de direção rapidamente ao executar jogadas ou desviar dos adversários. Um giro rápido ou “corte” pode colocar extrema pressão no LCA.

- Mudar a velocidade ou parar subitamente: atletas que correm podem diminuir de repente a velocidade ou parar subitamente causando um forte impacto nos ligamentos do joelho.
- Salto e aterrissagem: qualquer atividade que envolva pular e aterrisar – vôlei, basquete,patinação artística, ginástica olímpica -, podem danificar o ligamento.

- Contato e colisões: a LCA está em risco quando o joelho do atleta é atingido ou colide com outro jogador ou objeto. Por esta razão, as lesões do LCA são comuns em todos esportes de contato e impacto.
Fatores de risco
Alguns fatores ampliam os riscos em casos de rupturas de LCA:
- esportes como futebol, basquete, tênis e ginástica olímpica
- práticas esportivas em solos artificiais
- mau condicionamento físico
- equipamentos inapropriados (especialmente quanto aos tênis)

Siga as recomendações
A recomendação é: evite caminhar, após lesionar-se, se há suspeitas de ruptura de LCA. Porque caminhar não só aumenta o grau da lesão, como o nível da dor.
Consulte o ortopedista assim que possível, para um diagnóstico correto. Se a lesão for leve, o médico pode até autorizar o caminhar, sem muletas ou órteses, mantendo, claro, um programa de reabilitação e fisioterapia.

Já se a lesão for de nível 3 (grave), o caso quase que certamente envolverá cirurgia, seguida de fisioterapia. Ou seja, mais um motivo para evitar caminhar quando há suspeita de lesão de LCA. Algo que só o ortopedista saberá avaliar.
Seguindo as recomendações médicas, com base nos progressos da recuperação, os pacientes voltam a andar, caminhar, correr ou praticar esportes mais rápido do que imaginam.


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