Na maioria dos casos, a cirurgia para reconstrução do LCA será necessária
Reconstrução é o processo cirúrgico destinado a fazer um novo ligamento e devolver ao joelho a estabilidade e força perdidas com o rompimento do ligamento cruzado anterior (LCA). Através dela, as partes do ligamento lesionado são removidas e substituídas por tendões do próprio paciente ou, em alguns casos mais remotos, por ligamentos doados.

A lesão do ligamento cruzado anterior LCA, é um trauma que leva à instabilidade do joelho. São relativamente mais comuns entre atletas de alta performance, mas podem também atingir esportistas do dia a dia, igualmente envolvidos em esportes onde saltos e movimentos bruscos são prática comum. Parte significativa desses casos é tratada cirurgicamente, através de artroscopia.
Preparação para a cirurgia
Consultas pré-cirúrgicas e exames irão avaliar o grau da lesão e da instabilidade causada no joelho. Decidida a cirurgia, o passo seguinte é determinar qual o tipo de anestesia será usada. Nesses encontros com o médico cirurgião, o paciente deve tirar todas as suas dúvidas em relação ao processo – a origem do tendão, por exemplo, que será decidida em conjunto.

- Tendão patelar: é o tendão que une a patela com a tíbia.
- Tendões isquiotibiais: responsáveis por conectar os músculos posteriores da perna à parte posterior do joelho.
- Tendão do quadríceps: localizado na parte da frente da coxa. Esse tipo é mais indicado a pacientes altos ou com excesso de peso corpóreo ou para pessoas que já passaram por cirurgias não bem sucedidas de LCA.
- Tendão doado: é possível utilizar tendões com origem em doações (o assunto deve ser amplamente discutido com o médico). Esses tendões são disponíveis em bancos de tecido, regulamentados pelo ministério da saúde.
Às vésperas do procedimento, as instruções do médico incluirão jejum de 8 horas e a proibição de uso de medicamentos que possam interferir no bom funcionamento do processo de coagulação sanguínea do paciente.
No dia da cirurgia, o paciente deverá estar acompanhado. Entre outras coisas, para ouvir as instruções para o pós-operatório e para acompanhar o paciente na volta para casa.
A cirurgia de reconstrução
De início, um cateter é introduzido no braço do paciente, para que sejam ministrados medicações, anestésicos e/ou sedativos.
Durante o procedimento, uma pequena incisão na frente do joelho permite a entrada do artroscópio – um tubo fino equipado com câmera de fibra ótica na extremidade. É ele que permitirá ao cirurgião observar dentro do joelho do paciente, durante o procedimento.

A primeira ação do médico será remover o ligamento lesionado e limpar a área. No passo seguinte, o cirurgião faz pequenos orifícios no fêmur e na tíbia, para conectar os tampões ósseos com grampos, parafusos ou aros de alumínio.
Uma vez ajustado o novo ligamento, o médico fará testes para medir o grau de mobilidade e tensão do joelho, certificando-se de que o novo ligamento está em ordem. A última etapa consiste em dar pontos e finalizar a cirurgia: enfaixar e estabilizar a região com uma órtese, que servirá também como proteção.
O tempo médio de uma cirurgia de reconstrução do LCA é de 45 minutos. Caso a cirurgia envolva ainda o reparo de meniscos, sua duração será mais longa. Normalmente, o paciente fica internado por uma noite. No dia seguinte faz fisioterapia logo pela manhã, ainda no hospital. Nessa sessão faz-se um treino de caminhada com muletas e carga total, e a partir daí encontra-se em condições de retornar à sua casa.

Riscos da reconstrução do LCA
A cirurgia de reconstrução em casos de lesão do LCA permanece com reputação mundial de excelência, assim como para outras lesões comuns de joelho: Entre 82 a 90 por cento dos casos os resultados são excelentes e ocorre a completa recuperação da estabilidade do joelho.
Mesmo sendo via artroscopia, a reconstrução do LCA não deixa de ser um procedimento cirúrgico que apresenta riscos. Evidentemente, esses riscos serão avaliados em conjunto com o médico antes da cirurgia.
Esses podem incluir:
- sangramentos e formação de coágulos sanguíneos
- eventualmente, a dor no joelho pode prosseguir
- infecções
- o joelho pode ficar ter algum tipo de rigidez
- perda do grau de mobilidade
Após a cirurgia:
A reabilitação bem realizada é fundamental no sucesso da cirurgia. Os cuidados iniciais envolvem tomar analgésicos e manter a incisão limpa e seca. E, obviamente, repouso. Aplicações de bolsas de gelo também são importante extensão do tratamento, uma vez que ajudam a aliviar dores e diminuir o inchaço.
A primeira consulta com o médico após a cirurgia ocorre em cerca de duas semanas. No pós-cirurgia, o paciente deve estar ciente de que:
- sentirá algum grau de dor;
- terá que usar órtese por uma semana e muletas por seis semanas;
- terá atividades restritas por cerca de seis meses.
O período de fisioterapia começa assim que o paciente começar a se recuperar – a boa notícia é que em apenas algumas semanas, em média, já acontece o ganho de movimentação do joelho. Para atletas, o retorno ao esporte acontece entre seis e doze meses as atividades.

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