Pacientes graves da COVID-19 podem apresentar sequelas que necessitam de reabilitação pós-alta
COVID-19 é uma nova doença infecciosa respiratória causada pelo novo Coronavírus (SARS-CoV-2), de alta transmissibilidade, que pode determinar várias disfunções. Já acometeu até hoje mais de 6.600.000 pessoas no mundo, com 390.000 mortes (5,9%). Indivíduos de todas as idades podem ser infectados. Os idosos e aqueles com doença pré-existente (cardíacos, diabéticos, asmáticos e outras) parecem mais vulneráveis a desenvolver a forma crítica da doença e são tratados em Unidades Terapia Intensiva (UTI).
Apesar de muitas cidades e estados terem flexibilizado as medidas de isolamento social, é preciso redobrar os cuidados para evitar ser infectado pelo novo Coronavírus. No entanto, as pessoas que contraíram o vírus e se curaram de casos graves da doença, precisam adotar algumas atitudes para se recuperar das sequelas causadas pela enfermidade. Depois da alta hospitalar, pacientes apresentam fraqueza muscular e respiratória, fadiga, alterações de sensibilidade, lentidão do raciocínio e, estresse pós traumático.
Por que isso ocorre
Os pacientes em estado grave são encaminhados para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sedados e colocados de bruços durante várias horas para facilitar a oxigenação, permanecendo ali por duas a três semanas. Após esse longo período deitado e imobilizado os músculos enfraquecem e há perda de performance física e respiratória. Por essa razão cada paciente deve ter um plano de reabilitação multiprofissional, de acordo com as sequelas identificadas no momento da alta.
Estima-se ser necessário um período de 6 semanas para reabilitação funcional, respiratória, neuropsicológica, para melhora da qualidade de vida e mobilidade.

Como combater
Com foco mais específico na reabilitação física da mobilidade e do fortalecimento muscular exercícios físicos são recomendados para a recuperação . É a atividade física que irá contribui para fortalecer os músculos, diminuir a falta de fôlego, melhorar o condicionamento físico, reduzir o estresse, o humor, os níveis de energia e melhorar o equilíbrio e a coordenação.
O que é preciso fazer antes
É indicado a realização de exames para avaliar risco cardíaco e a condição aeróbica do paciente. O tempo e a intensidade do treino irão depender da evolução do quadro e de avaliação de um médico e um profissional especializado.
Precauções
As recomendações gerais são aquelas prescritas para qualquer pessoa que pratique exercícios, tais como fazer aquecimento antes de começar a se exercitar, usar tênis adequados, roupas confortáveis, beber bastante água, evitar se exercitar em dias muito quentes (ou muito frios) e fazer um relaxamento após terminar.

Os exercícios
A Rede de Reabilitação Lucy Montoro indica alguns exercícios.
Para condicionamento físico:
- Marchar no mesmo lugar.
- Subir degraus – subir e descer o mesmo degrau.
- Caminhar ou correr .
Exercícios de fortalecimento:
- Flexionar os braços ao lado do corpo com um peso em cada uma das mãos.
- De pé, apoiar-se em parede com as mãos abertas e os dedos para cima na altura dos ombros e os pés afastados 30 cm da parede, aproximar o corpo da parede e depois voltar à posição inicial.
- Levantar os braços lateralmente com um peso nas mãos.
- Sentar-se e levantar-se de uma cadeira (com os pés afastados e os braços cruzados em frente ao peito).
- Sentado, levantar e abaixar uma perna de cada vez.
- Com as costas apoiadas em uma parede, agachar e levantar flexionando os joelhos, mantendo as costas apoiadas e na parede.
Exercícios de membros ativos devem ser acompanhados por progressivo fortalecimento muscular. Programas com séries (1 a 3) por grupo muscular com 8-12 repetições cada, com intervalo de 2 minutos de repouso entre as séries, 3 sessões por semana por 6 semanas. Recondicionamento aeróbio pode ser feito com caminhadas ou esteira ergométrica, com progressão lenta até 20-30 minutos, 3 a 5 vezes por semana.

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